PASSO A PASSO DO TEXTO DE DIVULGAÇÃO CIENTÍFICA – TDC
O texto de divulgação
científica não é um texto científico, mas aquele que media o conhecimento
científico da comunidade de especialistas para o público leigo. O que isso quer
dizer? Bem, primeiro que não há a intenção de fornecer dados técnicos – pelo contrário.
As informações presentes nesse gênero textual precisam ser de fácil acesso a
qualquer tipo de leitor.
Ele deve servir para
atualizar o leitor sobre alguma novidade científica e/ou trazer à tona assuntos
que ficaram esquecidos por falta de interesse da grande mídia. De vez em
quando, é bom que se faça renascer certos assuntos para que eles não caiam no
esquecimento. Também é bastante útil para pessoas que eram jovens demais na
época do surgimento de novas teorias científicas e, no entanto, precisam estar
atualizadas sobre assuntos das diversas ciências.
As principais
características dos textos de divulgação científica – TDC - são:
ü Compreende uma
prática social e, além disso, é constituído a partir da fusão de diferentes
domínios discursivos, a saber: o discurso de cunho científico, o jornalístico e
o quotidiano.
ü A divulgação é uma
recriação do conhecimento científico, para torná-lo acessível ao público-leitor
distanciado das ciências, isto é, seus leitores potenciais podem ser
leigos em determinados assuntos.
ü É um texto
reformulado, o qual pode ter sido originado a partir de um artigo ou relatório
acadêmico-científico, de uma entrevista ou até mesmo de uma tradução de um
texto em língua estrangeira, direcionado para a população distanciada do vocabulário
e das práticas científicas, mas que deseja e necessita do conhecimento das
ciências.
ü Desse modo, seu
discurso tem um fim específico, ou seja, informar descobertas que possam
contribuir para melhoria da qualidade de vida dos cidadãos e, para atingir tal
propósito, é empregada uma linguagem simplificada, diferentemente da linguagem
especializada usada pela comunidade científica.
ü O produtor do TDC não
é a origem do conhecimento, apenas um repassador de tal conhecimento. Assim,
não cabe ao seu autor julgar as informações que está repassando. Seu objetivo
maior é informar o que já foi descoberto e, se possível, apresentar a situação
atual do uso dessa descoberta.
ü Pode haver
referências diretas aos autores do novo conhecimento científico – uso do
argumento de autoridade – ou não. O TDC pode, simplesmente, apagar a autoria
original e apenas informar sobre a nova teoria. O uso concomitante dessas duas
possibilidades também existe.
ü No caso da utilização
do argumento de autoridade, direto ou indireto, pode aparecer certas marcas
linguísticas como: segundo Fulano de tal..., de acordo com Sicrano... ,
conforme Beltrano... ou de verbos como anunciar, indicar, apontar,
afirmar, revelar, esclarecer, etc. Também utilamos a transposição do discurso
direto para o indireto (Fulano afirmou que – ou seja, a fórmula
Sujeito + verbo de dizer + conjunção subordinativa “que”).
O argumento indireto de autoridade pode
ocorrer como nos exemplos a seguir:
ü Segundo um grupo
internacional de cientistas, o uso das câmaras para conseguir o bronzeado
artificialmente aumenta de maneira substancial o perigo de sofrer de melanoma,
a forma mais grave de câncer de pele. (Zero Hora – 03/2007)
ü De acordo com artigo
publicado ontem na revista científica “New Scientífic”, os filhos das mulheres
que consumiam chocolate na gravidez sob situação de estresse geralmente
apresentavam menos medo perante situações novas. (Folha Online – 04/2004)
ü Cientistas
norte-americanos sugerem que a fumaça do cigarro não só acelera o envelhecimento da pele em
regiões que recebem luz solar, mas também naquelas ocultas aos raios do sol.
(Zero Hora – 03/2007)
ü Crianças que começam
a ver televisão muito cedo têm uma propensão maior ao déficit de atenção na
idade escolar, indica um novo estudo. (Folha Online – 05-04-2004)
Já os argumentos diretos de autoridade
seguem os seguintes modelos:
ü Quase a metade dos fármacos
empregados na luta contra o câncer são produtos naturais ou se derivam deles, e
isto se pode estender à maioria das doenças afirmou Newman, diretor do Setor de
produtos naturais do Instituto Nacional do Câncer nos E.U. (Zero Hora –
03/2007)
ü Leitzmann afirma que agora as
evidências são ainda mais fortes, porque seu estudo acompanhou os homens ao
longo do tempo. (Folha online - 07/04/2004).
Por se tratar de um texto jornalístico – portanto, uma
narrativa jornalística – os verbos devem estar preferencialmente no passado –
qualquer deles; e obedecer a estrutura desse gênero textual.
A
linguagem deve ser formal, obedecendo às regras da norma culta da Língua
Portuguesa.
Referência: Disponível
em: http://www.educacional.com.br/pesquisa/respostapalavra.asp?pg=1&tp=nova
Acesso em 30/10/2012
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